Texto COMPLEMENTAR
Entre os anos de 1629 e 1633, Descartes produziu seu principal trabalho em Física e Matemática, “O Mundo ou Tratado da Luz”, mas suprimiu sua publicação quando ficou sabendo das dificuldades pelas quais Galileu estava passando diante da Inquisição. “O Mundo” acabou sendo publicado apenas após a morte de Descartes, mas ainda assim entrou para o Índice de Livros Proibidos da Igreja Católica.
Na obra, Descartes apresentou sua teoria de vértice sobre a movimentação celeste, concepção que dominou os círculos científicos da Europa no final do século XVII e início do século XVIII, até ser superada pela teoria gravitacional de Newton. Outras grandes obras de Descartes foram “Discurso do Método” (1637), “Meditações Sobre Filosofia Primeira” (1641) e “As Paixões da Alma” (1649).
Em 1649 a Rainha Kristina da Suécia convidou o então famoso Descartes para ser seu filósofo pessoal na corte. Ele aceitou, mas foi um erro fatal. O filósofo tinha desenvolvido a maior parte de suas ideias brilhantes deitado na própria cama, então a programação de ensino criada pela Rainha Kristina que o obrigava a estar desperto às cinco horas da manhã em pleno inverno sueco não o agradou muito. Em seis meses, ele morreu de pneumonia e foi enterrado em um cemitério sueco.
A ciência cartesiana
Assim como Francis Bacon, Descartes pretendia reformular todo o conhecimento humano, considerando instáveis as bases antigas e medievais nas quais tal conhecimento se assentava até então. Ele entendia que todo conhecimento digno desse nome deveria ser demonstrável de forma independente através da razão ou de evidencia empírica. Contudo, apesar de suas contribuições originais para o pensamento científico, ele também acabou reafirmando muitas ideias que faziam parte da doutrina católica como a existência de Deus e a imortalidade da alma.
Também como Bacon, Descartes defendia o potencial do conhecimento científico para ampliar o domínio humano sobre a natureza e melhorar a própria condição humana, ao contrário do que propunha a contemplativa filosofia natural escolástica. Ele afirmava que seus olhos tinham sido abertos pela ciência para a possibilidade da aquisição de conhecimentos que seriam muito úteis na vida, e da descoberta de uma filosofia prática que poderia substituir a filosofia especulativa que era ensinada nas escolas.
--------------------------------------
Obras sugeridas:
“A Conceptual History of Psychology”, de John D. Greenwood.
“An Introduction to the History of Psychology”, ed. 7, de B. Hergenhahn e T. Henley.