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HARRY SULLIVAN (2) – DINAMISMOS E AUTOSSISTEMA

Subjacente à ênfase de Sullivan em relações interpessoais está o conceito de dinamismos. Um dinamismo é um padrão relativamente duradouro de transformação de energia (ações) que nos caracterizam como organismos vivos. De forma semelhante ao universo físico, nosso ambiente psicológico envolve transferências constantes de energia entre nós e as pessoas com as quais interagimos.

Cada pessoa tem muitos dinamismos, mas Sullivan considera que aqueles que são mais relevantes para os psiquiatras são os dinamismos relacionados às formas pelas quais interagimos com as pessoas, sendo o autossistema um dos mais importantes. O autossistema integra e dá significado a todas as interações e experiências do indivíduo, e as operações de segurança são alguns dos modos de ação do autossistema que objetivam proteger a pessoa das tensões provenientes de suas relações com o mundo.

Numa criança de 3 anos, por exemplo, as operações de segurança do autossistema podem se manifestar das seguintes formas:

  1. Quando a criança se depara com uma situação emocionalmente ameaçadora, ela pode simplesmente se recusar a interagir e mergulhar em um teimoso silêncio.
  2. Quando existe tensão entre os desejos de duas crianças em interação, a criança mais nova resistirá obstinadamente aos esforços da criança mais velha em obter o que quer.
  3. Quando envolvida em situações interpessoais estressantes, a criança poderá afastar-se da outra pessoa e começar a brincar sozinha.
  4. Ao se deparar com ambientes estressantes novos, a criança se agarrará a um adulto conhecido.
  5. Quando as necessidades emocionais da criança não são atendidas, ela pode regredir e apresentar comportamentos e falas mais imaturas.

Observando os comportamentos que são resultados das operações de segurança, podemos entender quem é essa pessoa em um determinado ponto de sua vida. Para uma criança de 3 anos, os comportamentos acima são absolutamente normais, mas seriam considerados menos apropriados em um adulto. Contudo, às vezes comportamentos desse tipo tornam-se parte do autossistema de um adolescente ou de uma pessoa madura, tornando-se o que Sullivan chama de dinamismos de dificuldade.

Quando o autossistema coloca em ação os dinamismos de dificuldade (ou disjuntivos), eles falham em atingir o resultado desejado, ou o atingem de maneira insatisfatória, mas como eles são duradouros (como todos os dinamismos), tendem a caracterizar estados de adoecimento psíquico e necessitar psicoterapia.

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Obras sugeridas:

“Theories of Personality”, 7 ed., de Jess Feist e Gregory Feist.

“Personality Theory: A Multicultural Perspective”, de Mark D. Kelland.

“Theories of Personality”, de Steven G Carley.

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