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CARL ROGERS (3) – CONSIDERAÇÃO POSITIVA E CONDIÇÕES DE VALOR

Consideração positiva

consiComo já estudamos, o autoconceito (ou eu percebido) é um conjunto organizado de características que o indivíduo percebe como particularmente suas, ou seja, características que o definem. Esse sistema se desenvolve a partir do contato com outras pessoas, especialmente aquelas que são significativas para nós como pais, irmãos, amigos, professores. Isso indica que muito do que acreditamos a nosso respeito, nossa autoimagem, está baseada nas avaliações que os outros fazem sobre nós, ou seja, passamos a nos avaliar em termos do que os outros pensam e não do que realmente sentimos.

A razão pela qual confiamos tanto nas avaliações dos outros, segundo Rogers, é porque desenvolvemos uma forte necessidade por consideração positiva. Não se sabe se essa necessidade é inata ou se a aprendemos, mas Rogers entende que mais importante do que descobrir a origem dessa necessidade é entender seu enorme impacto sobre o indivíduo; todos desenvolvemos muito cedo uma grande necessidade de amor, aceitação e entendimento. Infelizmente, muitas vezes aprendemos que só seremos dignos de receber essa consideração positiva se nos subordinarmos aos valores, opiniões e crenças das pessoas que são significativas para nós, evitando que sejamos autênticos.

Como resultado, essa vontade de agradar aos outros como forma de garantir afetos pode se tornar mais importante do que a disposição de observarmos nossos próprios sentimentos e percepções, nossa bússola interna (que já estudamos anteriormente nesse material).

 

Condições de valor

Atitudes como a citada acima indicam que o autoconceito do indivíduo está carregado de condições de valor, ou seja, a pessoa considera que certas experiências e comportamentos são aceitáveis apenas quando estão em sintonia com a aprovação dos outros, particularmente daqueles que estimamos. Condições de valor, portanto, são as condições (provenientes das avaliações das outras pessoas) às quais nos submetemos para obter amor, aceitação e/ou aprovação, mesmo que isso signifique abrir mão do que realmente desejamos ou pensamos.

 

Autoconsideração positiva incondicional

incoA situação ideal para que o indivíduo se desenvolva de forma psicologicamente saudável e se torne uma pessoa completamente funcional (já estudamos esse conceito no tópico anterior), é aquela em que existe consideração positiva incondicional, um sentimento de cuidado profundo e sincero em relação a nós por parte dos outros, sem julgamentos depreciativos dos nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos. Note que isso não significa que a criança não pode ser punida pelo mau comportamento, mas que a consideração positiva persiste apesar dos comportamentos indesejáveis da criança. Em vez de lhe dizermos “Não gostarei mais de você se fizer isso”, seria mais adequado dizer-lhe “Não faça isso porque não está certo”. Ou seja, não se deve ameaçar a criança com a perda do afeto por ela agir de forma inadequada.

Quando nossas necessidades por consideração positiva são suficientemente atendidas pelas pessoas que são significativas para nós, desenvolve-se a autoconsideração positiva incondicional, um construto rogeriano comparável ao conceito de autoestima em Maslow. Quando essa autoconsideração positiva está desenvolvida, nós deixamos de necessitar de aceitação e aprovação externas. Quer dizer, o autoamor, a autoaceitação e a autoaprovação tornam-se mais importantes e independentes das avaliações externas.

 

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Obras sugeridas:

“Theories of Personality”, 7th edition, de Jess Feist e Gregory Feist.

“Theories of Personality”, 9th edition, de Richard Ryckman.

“Theories of Personality”, 9th edition, de Duane P. Schultz e Sydney Ellen Schultz.

“Teorias da Personalidade: da teoria clássica à pesquisa moderna”, de Howard Friedman e Miriam Schustack.

“Personalidade: teoria e prática” de Lawrence Pervin e Oliver John.

“Tornar-se Pessoa” de Carl Rogers.

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4 Comentários | Deixe o seu comentário
  • Eduardo Andrade

    ótimo vídeo e explicação. Parabéns. Continuem. Estou esperando aulas sobre winnicott.

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  • celia maria lopes

    Muito bom, não entendia muito Rogers.

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  • Amilton Júnior

    A cada dia estou mais e mais interessado por Psicologia Humanista. O conteúdo de vocês é maravilhoso!

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  • Arilma Silva

    Podemos também exemplificar a desordem no processo terapêutico quando vamos fazer uma faxina em casa, tudo será tirado do lugar para ser limpo e depois reorganizado, e o que tivermos de jogar fora vai aparecer no momento da limpeza.

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